Alban Ramosaj admite voltar ao Festivali i Këngës… sem “comunistas no painel de jurados”

Agim Doçi, um dos jurados da edição passada do Festivali i Këngës, deu que falar ao criticar as origens kosovares do concorrente Alban Ramosaj, que terminou no segundo lugar – sendo que o letrista considera ao contrário de outras pessoas que a canção do intérprete, Theje, teria feito pior do que Sekret de Ronela Hajati no Festival Eurovisão da Canção (ESC) 2022 onde foi eliminada na semifinal.

A reação de Alban Ramosaj – a quem Agim Doçi sugeriu na televisão albanesa mesmo que representasse o Kosovo – não se fez esperar. Nas redes sociais, escreveu dirigindo-se ao jurado em causa: “Caro sr. Doçi, o que deveria «matar» primeiro é o racismo para com os «albaneses do Kosovo», uma vez que nos divide e rotula, tal como o cheiro a comunismo que há de si nesta entrevista. A Europa não brinca com o Kosovo ou com a Albânia, mas com as escolhas que nós lhes permitimos ver ao longo dos anos […]. E como nos quer separar, entremos na natureza da música. Foi uma «albanesa do Kosovo» que nos levou ao melhor resultado na Eurovisão, ou esquece-se? O nome Rona Nishiliu lembra-lhe de alguma coisa? Quanto ao que sou, eu sou albanês. Eu até tenho o nome Alban de um pai muito patriótico e profundamente consciente da nossa história e sangue”.

O artista realçou depois que tem passaportes da Albânia e do Kosovo, além de falar quatro idiomas, ter nascido nos Países Baixos com origens kosovares sendo depois criado na Albânia, para além de residir em Espanha, mas assegurou dirigindo-se a Agim Doçi: “Sou mais albanês do que o senhor, e até mais europeu. Não é ninguém para nos separar e nos limitar de representar a Albânia na Europa ou em qualquer lado!”.

Num tom mais forte, Alban Ramosaj completou: ”Sugiro que deixe a bebida na televisão e represente a sua idade e nos diga duas ou três coisas certas da próxima vez. Espero que esteja vivo para o ano que chegue e veja como um albanês do Kosovo nos irá representar”.

Já numa publicação separada, o intérprete de Theje assegurou que quer voltar ao Festivali i Këngës… impondo uma condição: ”Ouvi dizer que quando o Gjon’s Tears quis competir nem sequer aceitaram que fizesse isso, e ainda assim ele quase ganhou pela Suíça nesse ano! Também posso competir por São Marino ou por Espanha (se é que vou fazer isto outra vez). (A menos que retirem os comunistas do painel de jurados).”.