Festival Eurovisão da Canção ESC 2020

Autoridade holandesa para o turismo quer o ESC 2020 fora de Amesterdão

Autoridade holandesa para o turismo quer o ESC 2020 fora de Amesterdão Créditos da imagem: Roman Boed/PXHere
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Podem estar comprometidas as ambições da cidade de Amesterdão sediar o Festival Eurovisão da Canção (ESC) 2020. A capital da Holanda tem capacidade para tal, incluindo a maior arena para espetáculos do país Ziggo Dome, mas a autoridade de turismo holandesa, a NBTC, deseja que o certame seja noutro local.

O diretor de estratégia e marca da entidade, Conrad van Tiggelen, sustentou desde logo que Amesterdão já se está a debater com o facto de ter bastantes turistas: “Amesterdão também já se mostrou interessada. Isto enquanto a capital já está com dificuldades com a pressão do grande número de visitantes”.

Por outro lado, o responsável é defensor de que se mostre mais da Holanda além do que é comummente conhecido do país:

– O Festival Eurovisão é, de facto, uma oportunidade única para a promoção da Holanda. Mas da forma certa e pelos objetivos certos. Portanto, por favor não se passem imagens dos românticos canais de Amesterdão, dos moinhos de Zaanse Schans e da Ronda da Noite do Rijksmuseum. Mas sim imagens adicionais, surpreendentes, da Holanda que tornem o panorama geral mais rico. Usem o Festival Eurovisão para mostrar os locais menos conhecidos do nosso país. Em 2014 vimos a Ilse de Lange e o Waylon com tulipas numa casa-barco como introdução à sua canção. Em 2020, as coisas têm de mudar”.

Há cerca de uma dezena de cidades por toda a Holanda que já se mostraram interessadas em sediar o ESC e, para Conrad van Tiggelen, há muitas outras além de Amesterdão com capacidade não só para acolher o evento como também os ‘postcards’ introdutórios de cada participante: “O Gelredome em Arnhem, o Ahoy em Roterdão ou o MECC em Maastricht, por exemplo. Depois temos o ‘postcard’ alemão em bicicletas elétricas em locais com tradição em Noordoostpolder. As filmagens para o participante italiano no esplendor sereno das igrejas de Groningen. O talento para cantar dinamarquês introduzido na cidade do design Eindhoven. Usem também o interesse dos nossos velhos mestres. Mas escolham as grandes coleções do século XVII [17] no museu Dordrechts. Porque os nossos tesouros de arte da Era Dourada não podem ser encontrados só em Amesterdão”.

Para o responsável, a Eurovisão na Holanda deve ser também usada para demonstrar aptidões do país na área da agricultura, gestão da água, tecnologia e talento criativo. E frisou: “Não devemos querer apenas ver o Festival Eurovisão como um entretenimento inocente de uma noite financiado por fundos públicos. […]. Se fazemos o investimento, então temos de usar a enorme máquina de publicidade internacional do Festival como meio de mostrar ao mundo o poder da Holanda atual menos conhecida. Mostrem que os nossos valores fundamentais são inventivos, inclusivos e abertos. Para um país que exporta 32 por cento de tudo o que ganhamos, requer-se um perfil internacional forte e atrativo”.

Sobre o autor

Bernardo Matias

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