Polémica em Itália, devido à não seleção de uma canção sobre pedofilia no Festival de Sanremo deste ano. Caramelle, de Pierdavide Carone e dos Dear Jack, é uma música que falava acerca do “horror da pedofilia” e quer Cardone, quer Lorenzo Cantarini, dos Dear Jack, criticaram o diretor artístico do certame, Claudio Baglioni, e a emissora RAI.
Citado pelo Corriere della Sera online, Carone afirmou: “Este é o nosso pequeno milagre de Natal. Estou desapontado com a eliminação, decidimos divulgá-la [à música] imediatamente, sem planear um lançamento, nada… e apesar de ser uma canção absolutamente anti-Natal. Não pudemos prever isto. A nossa intenção não era especular acerca de um trauma, mas sim denunciar um horror, algo que de repente pode perturbar a vida de alguém”.
O artista revelou depois o seu desapontamento com o diretor artístico do Festival, Claudio Baglioni, e sugeriu a existência de racismo: “Estou muito desapontado, primeiro que tudo com o Claudio Baglioni. Havia uma relação de estima, também fizemos dueto juntos. Ele é um cantautor e esperava mais empatia dado o tema da canção. É mais fácil dizer ‘sim’ a um tema polémico quando tem o patrocínio de um gigante da música. Se tivesse trazido Caramelle com uma estrela da música, teriam aceite. Sei que ele gostou, portanto o problema esteve em quem apresentou: é grave e mesmo um bocado racista. Precisas do hábito certo para fazer o monge?”.
Também crítico foi Lorenzo Cantarini, dos Dear Jack, que falou em censura: “Nunca como agora há um sentimento de pertença numa canção. As coisas nunca acontecem por acaso. [Foi mau não ir a Sanremo] não por pensarmos que já tínhamos o bilhete na mão, mas porque sentimos verdadeiramente uma censura, mesmo da RAI. Devíamos ter apresentado Caramelle noutros programas. Talvez não fosse adequado para certas horas? Para um certo tipo de público? Prova que a pedofilia ainda é um tabu”.
Esta é a música em causa.
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