CRÍTICA: Eurovision: Europe Shine a Light Créditos da imagem: EBU / Kris Pouw
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Um programa televisivo secante, onde o propósito primordial de enaltecer as canções de 2020 ficou para uma espécie de momentos de intervalo.

Como escrevi anteriormente há sempre uma primeira vez, e com a Eurovisão, não haveria de ser diferente! (ver artigo EUROVISÃO: Há uma primeira vez para tudo!) Dada a situação de saúde pública mundial, a Eurovisão foi cancelada este ano. A EBU decidiu e bem organizar um espetáculo de celebração não competitivo, que de alguma forma, homenageasse as canções que iriam a concurso este ano. Eis que surgiu o ‘Eurovision: Europe Shine a Light’.

Começando pelo princípio, considero uma boa aposta em Johnny Logan e o seu ‘What’s Another Year?’ De realçar a boa intervenção musical dos três apresentadores, que de resto estiveram muito bem nas suas funções.

Depois tivemos blocos repartidos com os artistas deste ano. Não se iria estar a apresentar os três minutos das 41 canções, seria autêntica massada. Ainda assim a forma como foram apresentados mais parecia os intervalos para televendas. E basicamente se fica por aqui a dita homenagem. Poderia, pois, já avançar para o fim onde os 40 artistas (a intérprete belga não participou) interpretaram a canção que emprestou o lema a este programa. Com Katrina Leskanich (a vocalista do grupo vencedor da referida canção) a aparecer uns escassos segundos a finalizar. Colocada ali parecia por imposição. Mas ainda assim, de mais positivo foram mesmo os atos de início e de fim e a juntar-se a este o ligar de luzes de monumentos pela Europa fora, ah! e na Austrália (convém não esquecer!), dos vários países a concurso.

E pronto… o que se viu foram momentos que nada tinham a ver com este ano e que foram elevados a momentos altos, como exemplo o de Netta e a sua nova canção ou a interpretação pela dupla Ilse DeLange & Michael Schulte do tema vencedor de 1982. Outro caso foi a intervenção de Graham Norton. Tudo isso e outros fazem parte do historial eurovisivo, mas para um show de celebração de comemoração dos 50 ou 60 anos de Festival, como já o fizeram.

A isto junta-se o anunciado ‘chamariz’ de que vários vencedores anteriores iriam marcar presença. O que se viu foram apenas mais três a interpretar a canção com que venceram. Os restantes foi assim apenas marcar ponto e com mensagens sobre a atual situação pandémica. Claro que essas mensagens iriam fazer parte e não se poderia estar à espera de serem só foguetes. Ainda assim seria para celebrar, não precisaria de ‘pompa e circunstância’, mas de algo mais cativante. Até porque o propósito a que se destinou, e esse sim deveria ser o primordial, falhou redondamente de enaltecer os artistas de 2020. Foram muito melhores os Eurovision Home Concerts onde os vários artistas de 2020 marcaram presença. Por exemplo momentos como esses poderiam ter preenchido o programa ao invés dos exemplos já descritos. De salientar que houve um claro favorecimento e isso foi péssimo a Diodato, representante italiano deste ano.

Também no artigo anterior escrevi que não punha grandes expetativas neste show dado os eventos comemorativos anteriormente organizados pela EBU. Eis que não desiludiu, pela negativa. Em suma, um programa televisivo com 2 horas secantes.

Termino com a mesma crítica que fiz ao anúncio do ‘Eurovision: Europe Shine a Light’, tudo feito de forma entusiasmante com que ‘wow’ para ano: ‘Rotterdam 2021, here we go!’ É que foi tudo ‘sem sal e sem açúcar’. Fica a ideia que para o ano aconteça o que acontecer, de alguma forma irá haver Eurovisão. Engraçado de ver que para o Júnior a EBU continua a preparar esse festival normalmente. Foi apresentado o tema, o logo, a data. Aí tudo parece correr como programado. Ou será que a EBU quer experimentar com o Júnior uma forma de diferente de fazer um festival, para ver se resulta e assim resolve outra forma para concretizar a Eurovisão 2021?

Sobre o autor

Bernardo Matias

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