
Para além do comunicado oficial da TVR, o diretor-executivo e presidente da emissora da Roménia, Dan Cristian Turturică, veio mostrar o seu apoio a uma retirada do país do Festival Eurovisão da Canção (ESC). Tudo por causa da polémica quanto às alegadas votações irregulares na segunda semifinal, em que a Roménia é uma das seis envolvidas e punidas com a anulação dos votos dos respetivos júris.
Nas redes sociais, o dirigente começou por escrever: “Sim, os júris da Roménia, Polónia, São Marino, Montenegro, Geórgia e Azerbaijão votaram uns nos outros de forma suspeita. Mas não foram os únicos. Também o fizeram a Suécia, Austrália, Bélgica e alguns outros países. No entanto, a EBU não os sancionou, apesar de o «padrão de votação» parecer estranho do mesmo modo. Além disso, na segunda semifinal, eles tiraram os pontos dos seis países sancionados e deram-nos os três protegidos. […]. Todos os três chegaram à final usando o «algoritmo» da EBU”.
De seguida, Dan Cristian Turturică salientou que não há desculpas para eventuais irregularidades assentes em padrões históricos: “O facto de outros países terem votado uns pelos outros – e não desde ontem ou de hoje, mas da existência da Eurovisão! – desculpa o júri romeno? Não, de todo! E é por isso que estamos a investigar o que aconteceu realmente”.
Posto isto, o responsável da TVR salientou o que mais o desapontou em todo este caso: “O que é triste é que se a EBU nos tivesse dito no dia depois [do jury show] da segunda semifinal […] sobre estas suspeitas, poderíamos ter feito alguma coisa. Só nos disseram alguma coisa depois de uma semana. Até segunda-feira, a TVR nem sequer teve o direito de saber dos votos do júri romeno na segunda semifinal! Porque é o que as regras da EBU nos dizem!”.
Segundo Dan Cristian Turturică, a EBU rejeitou partilhar as classificações antes alegando que quis proteger o certame, mas não esclareceu o motivo de serem invocados problemas técnicos para não fazer a ligação à porta-voz romena nem para o facto de a Austrália, Bélgica e Suécia não terem sido sancionadas perante um padrão igualmente estranho das suas votações. Também diz terem ficado por responder as perguntas acerca de como foi encontrada a votação de substituição.
Em remate, o diretor-executivo e presidente da TVR fala de uma situação de desrespeito que o leva a apoiar a saída da Roménia do ESC: “O desrespeito que com que a EBU tratou a televisão pública na Roménia, Polónia, São Marino, Montenegro, Geórgia e Azerbaijão é chocante. Eu, pessoalmente, irei apoiar os órgãos gestores da TVR em não participar na Eurovisão e em estudar a opção de processar a EBU e reclamar de danos à imagem que nos foram causados”.
Deixe um comentário