Segue-se na viagem da rubrica Eurovisão 2021 à Vista a Bélgica. O país, assim como os seus representantes Hooverphonic e a canção The Wrong Place vão ser apresentados. A estreia belga no Festival Eurovisão da Canção (ESC) 2021 será na primeira semifinal a 18 de maio.
Bélgica na Eurovisão
Tendo participado em 1956, a Bélgica foi um dos países fundadores do ESC. Nesse ano, apresentou dois temas: Messieurs les noyés de la Seine por Fud Leclerc; e Le plus beau jour de ma vie por Mony Marc. Destes dois artistas, destaque para Fud Leclerc, que voltou por mais três vezes sendo responsável pela única participação belga que terminou sem pontos: em 1962 com Ton nom.
Depois de vários resultados entre o top dez, a Bélgica teve de esperar mais de 20 anos para lutar pela vitória. Em 1978 ficou no segundo lugar, com L’amour ça fait chanter la vie interpretado por Jean Vallée. Contudo, fora um quarto lugar e um quinto lugar, nas sete edições seguintes houve várias participações discretas da Bélgica… até que chegou 1986.
Nesse ano, a jovem Sandra Kim encantou a Europa com a canção J’aime la vie, que continua a ser uma das canções marcantes da história do ESC. De resto, como na altura Sandra Kim tinha apenas 13 anos de idade, foi a vencedora mais jovem de sempre. A idade chegou mesmo a valer um pedido de desclassificação, o que não aconteceu. E este recorde não será batido no futuro previsível, uma vez que atualmente há a idade mínima de 16 anos.
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Depois da vitória, seguiram-se vários anos discretos por parte da Bélgica. Até à última década, destacam-se em particular duas participações. Em 1993, a de Barbara Dex com Iemand als jij, que devido à indumentária da cantora entrou para a história com a criação pelos fãs do infame Barbara Dex Award para o mais mal vestido de cada edição. Em 1994 deu-se uma das ausências da Bélgica. Já em 2003, Urban Trad foram segundos classificados com Sanomi, que foi a melhor canção de sempre com letra num idioma imaginário.
Mais tarde, em 2005, o português Nuno Resende foi o representante belga com o tema Le grand soir falhando a qualificação para a final. Depois de várias ausências da final, a Bélgica teve uma série especialmente forte entre 2015 e 2017, com dois quartos e um décimo lugar. Seguiram-se duas edições em que não houve presença belga na final.
A única vez que o ESC se realizou na Bélgica foi em 1987, no Palais du Centenaire em Bruxelas. A participação belga está a cargo de duas emissoras: habitualmente a VRT nos anos pares e a RTBF nos anos ímpares, sendo que em 2021 excecionalmente foi um esforço conjunto de ambas. Os Países Baixos foram quem mais pontos deu à Bélgica entre semifinais e finais num total de 268, mas só nas finais foram França e Países Baixos em igualdade que mais pontuaram as participações belgas (186 pontos). Quanto aos pontos dados pela Bélgica, a maior quantidade foi para os Países Baixos quer com semifinais e finais (229) quer apenas só em finais (173).
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Os representantes e a canção: Hooverphonic e The Wrong Place
Os Hooverphonic foram selecionados internamente em 2020 e, depois do cancelamento, rapidamente foram reconduzidos para 2021. A banda tem uma longa experiência, tendo sido formada em 1995. Alex Callier (teclas e baixo) e Raymond Geerts (guitarra) permanecem desde então, mas as vocalistas têm mudado. A que mais tempo esteve foi Geike Arnaert, que voltou em meados do ano passado – o que significa que Luka Cruysberghs não está já nos Hooverphonic, ao contrário do que teria acontecido no ESC 2020.
O grupo é associado a vários géneros, ainda que inicialmente se tenham categorizado como trip hop. Certo é que misturam diversos géneros, como eletrónica, rock alternativo ou indie pop. Os sucessos ao longo dos anos foram vários, mas começaram a destacar-se na Bélgica e além-fronteiras com Club Montepulciano, Renaissance Affair, This Strange Effect e Eden. Outro dos seus grandes sucessos foi Mad About You em 2000.
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Há também vários temas dos Hooverphonic que acabaram em bandas sonoras de filmes e programas de televisão, incluindo mais recentemente na série Netflix The Umbrella Academy.
No ESC 2021, os Hooverhponic interpretam The Wrong Place. É um tema da autoria de Alex Callier e Charlotte Foret, que não teve o certame em mente. Fala sobre um encontro Tinder que acabou mal, tendo sido inspirada por Lee Hazlewood. A banda descreve The Wrong Place como tendo “o toque do sarcasmo, algum humor sarcástico, e como resultado a atitude bem definida”.
Perfil do país (Bélgica)
Emissoras responsáveis: VRT e RTBF
Chefe de delegação: Birgit Simal
Estreia: 1956; Fud Leclerc – Messieurs les noyés de la Seine / Mony Marc – Le plus beau jour de la ma vie
Participações anteriores: 61
Melhor resultado: Vitória em 1986 (Sandra Kim – J’aime la Vie)
Pior resultado: 26.º lugar na semifinal em 2007 (The KGM’s – Love Power)
Anfitrião: Uma vez (1987)
Concurso de seleção nacional: Seleção interna
Representante em 2021: Hooverphonic – The Wrong Place
Semifinal em 2021: 11.ª a atuar na primeira semifinal (18 de maio)
Perfil dos representantes (Hooverphonic)
Nome: Hooverphonic
Elementos: Alex Callier, Geike Arnaert e Raymond Geerts
Nacionalidade: Belga
Formação: 1995
Álbuns de estúdio: Dez (primeiro: A New Stereophonic Sound Spectacular em 1996)
Géneros: Trip hop, eletrónica, indie pop, dream pop, rock alternativo
Outras notas: A banda inspira-se no cinema para as suas canções, que por sua vez já surgirem em vários filmes.
Perfil da canção (The Wrong Place)
Título: The Wrong Place
Género: Pop
Idioma: Inglês
Intérprete: Hooverphonic
Letra e música: Alex Callier, Charlotte Foret
Produção: Alex Callier
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