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Eurovisão 2021 à Vista: O perfil de Portugal e dos The Black Mamba

Eurovisão 2021 à Vista: O perfil de Portugal e dos The Black Mamba
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Portugal segue-se na rubrica Eurovisão 2021 à Vista, em que apresentamos os países participantes e seus representantes no Festival Eurovisão da Canção (ESC) 2021. Fique a par do perfil de Portugal, bem como dos The Black Mamba e do tema Love is on My Side. Vão alinhar a 20 de maio na segunda semifinal.

 

Portugal na Eurovisão

Um dos países com mais de meia centena de participações, Portugal estreou-se ainda na primeira década, em 1964, pelas mãos da RTP que continua a ser a emissora responsável. António Calvário foi o primeiro concorrente luso, com o tema Oração, mas nesse ano acabou no 13.º lugar sem qualquer ponto.

Resultado idêntico nas duas edições seguintes, mas então com pontos somados: Simone de OliveiraSol de Inverno em 1965; e Madalena Iglésias com Ele e ela em 1966. Em 1969, Simone de Oliveira tornou-se na primeira repetente portuguesa e, apesar de ser uma das favoritas antes do certame, a sua canção Desfolhada terminou em 15.º com quatro pontos. Em todo o caso, ficou para a história da música nacional…

… tal como Menina do alto da Serra, que Tonicha levou ao nono lugar em 1971. Depois da ausência em 1970, Portugal alcançava, aí, o seu melhor resultado até então. Numa série de três top dez seguidos, essa classificação melhorou em 1972 com A festa da vida, de Carlos Mendes. A sequência terminou em 1974, quando Paulo de Carvalho ficou em 14.º e último lugar com o tema E depois do adeus – que, 19 dias mais tarde, seria uma das senhas para a revolução do 25 de Abril de 1974 que levou ao derrube do Estado Novo e à implementação da democracia em Portugal.

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Apesar de os resultados nem sempre serem fortes, as décadas de 1970, 1980 e 1990 continuaram a ver Portugal representado no ESC por artistas e canções ainda hoje ouvidos e parte importante da histórica da música portuguesa: como José Cid, que em 1980 cantou Um grande, grande amor e igualou o melhor resultado luso até então ao ser sétimo classificado.

Mais 11 anos se passariam até que Portugal voltasse ao top dez, quando em 1991 Dulce Pontes levou ao palco eurovisivo o marcante tema Lusitana Paixão. Numa década de 1990 bem-sucedida, o ponto alto foi 1996, quando Lúcia Moniz fez o segundo melhor resultado de Portugal até hoje: foi sexta cantando O meu coração não tem cor… depois de quase falhar o apuramento na pré-qualificação, seguindo em frente por apenas seis pontos de margem.

Seguiu-se a segunda (e até agora última) vez que Portugal ficou a zeros, quando Célia Lawson interpretou Antes do adeus em 1997. Depois de Lúcia Moniz, houve vários anos de resultados fracos e com poucos temas que ficam na memória (pelo menos, pelos melhores motivos). Sequência quebrada por Vânia Fernandes em 2008 com Senhora do mar (Negras águas), que ficou em 13.º lugar e foi a primeira a apurar-se para a final à quinta edição em que existiram semifinais.

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Após três presenças seguidas no espetáculo decisivo, sempre no top 20, Portugal só voltaria lá em 2017, tendo duas ausências do ESC em 2013 e 2016. Foi Salvador Sobral e a canção Amar pelos Dois que em 2017 deu o histórico triunfo a Portugal, com o recorde de 758 pontos e depois de 53 anos de tentativas. Um ano mais tarde, o certame foi pela primeira vez em solo nacional, em Lisboa, com Cláudia Pascoal a acabar em 26.º com o tema O Jardim. Em 2019, Conan Osíris falhou a final.

Até hoje, Portugal tem três prémios Marcel Bezençon: o de imprensa em 2008 a Vânia Fernandes e Senhora do mar (Negras águas); e os artístico e dos compositores em 2017 a Amar pelos Dois de Salvador Sobral. Por outro lado, as Nonstop em 2006 e Conan Osíris em 2019 foram premiados com o Barbara Dex Award, atribuído pelos fãs à pior indumentária.

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Em 2021, os Países Baixos acolherão o ESC pela quinta vez – não contabilizando a edição cancelada de 2020 – sendo a primeira em Roterdão. As outras foram em Hilversum (1958), Amesterdão (1970) e Haia (1976 e 1980). Olhando para o histórico de pontuação, os Países Baixos deram mais pontos à Suécia: 272 entre semifinais e finais e 190 em finais. Por outro lado, a Bélgica foi quem mais pontuou os Países Baixos (268 pontos no conjunto de semifinais e finais e 186 pontos em finais).

Há quatro prémios Marcel Bezençon atribuídos a participações neerlandesas: o prémio Artístico de 2003 a Esther Hart e One More Night; os prémios Artístico e dos Compositores de 2014 a The Common Linnets e Calm After the Storm; e o prémio de Imprensa de 2019 a Duncan Laurence e Arcade. Já o prémio dos fãs para o pior guarda-roupa, o Barbara Dex Award, foi atribuído a Trijntje Oosterhuis, que em 2015 defendeu os Países Baixos com Walk Along.

Espanha foi o país que mais pontos recebeu de Portugal, num total de 221. Já França foi quem mais pontuou Portugal, dando 262 pontos entre semifinais e finais, e 188 pontos só em finais.

 

Os representantes e a canção: The Black Mamba e Love is on My Side

Vencedores do Festival da Canção 2021, os The Black Mamba são os representantes de Portugal com o tema Love is on My Side e, só por isso, já fazem história. Mas já lá vamos.

A banda foi criada pelo atual vocalista Pedro Tatanka e por Miguel Casais (que continua como baterista). Integram ainda Rui Pedro Pity no baixo, Marco Pombinho na guitarra acústica e Guilherme Salgueiro no piano. Os The Black Mamba navegam pelos blues, soul e funk, tendo alcançado sucesso logo com o álbum de estreia (homónimo) em 2010.

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Logo desde início atuaram em vários espetáculos não só em Portugal, como no estrangeiro, e até agora têm já três álbuns. Sempre a atuarem em Inglês, os The Black Mamba atuaram em Amesterdão em 2019 e dessa cidade dos Países Baixos saiu a inspiração para o tema Love is on My Side.

Esta canção é já histórica, por ser a primeira de sempre a ganhar o Festival da Canção e a representar Portugal no ESC com a letra totalmente em Inglês. A inspiração vem de uma senhora de idade que a banda conheceu em Amesterdão e que, apesar da adição às drogas e da prostituição, nunca desistiu na vida e continua a acreditar que sempre teve amor.

 

Perfil do país (Portugal)

Emissora responsável: RTP
Chefe de delegação: Carla Bugalho Trindade
Estreia: 1964/António Calvário – Oração (resultado: 13.º lugar)
Participações anteriores: 51
Melhor resultado: Uma vitória (2017: Salvador Sobral – Amar pelos Dois)
Pior resultado: 19.º lugar na semifinal em 2006 (Nonstop – Coisas de Nada)
Anfitrião: Uma vez (2018)
Concurso de seleção nacional: Festival da Canção
Representante em 2021: The Black Mamba – Love is on My Side
Semifinal em 2021: 12.º a atuar na segunda semifinal (20 de maio)

 

Perfil dos representantes (The Black Mamba)

Nome: The Black Mamba
Elementos: Pedro Tatanka, Marco Pombinho, Rui Pedro Pity, Guilherme Salgueiro e Miguel Casais
Nacionalidade: Portuguesa
Formação: 2010
Álbuns de estúdio: Três (primeiro: The Black Mamba, de 2010)
Géneros: Blues, soul, funk
Outras notas: Agora no ESC, os The Black Mamba não demoraram a atuar internacionalmente, passando por várias cidades e incluindo os Estados Unidos da América logo no primeiro ano.

 

Perfil da canção (Love is on My Side)

Título: Love is on My Side
Género: Jazz
Idioma: Inglês
Intérprete: The Black Mamba
Letra e música: Pedro Tatanka

Sobre o autor

Bernardo Matias

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