A participação de Israel no Festival Eurovisão da Canção (ESC) 2024 deu muito que falar. Foram vários os apelos de boicote e, durante o certame, alguns artistas fizeram questão de demonstrar o seu apoio à Palestina na guerra que os dois países mantêm.
Da parte da organização, houve um rigor na aplicação das regras para manter a política afastada. Bambie Thug, representante da Irlanda, disse mesmo que recebeu um ultimato para remover uma discreta mensagem a favor da Palestina e do cessar-fogo antes da semifinal.
A decisão de aceitar Israel foi tomada, em última instância, pelo Grupo de Referência da Eurovisão, onde no passado esteve a eslovena Miša Molk. E para a produtora eslovena, foi uma decisão errada, como afirmou À RTVSLO quando questionada sobre se este pode ter sido o começo do fim do ESC como o conhecemos:
– Acho que estamos perto. Embora enganarem-te com palavras de pão e jogos seja enganador e muito ilusório. É também humilhar aqueles que não têm pão, que não têm um teto acima das cabeças, que não têm água, que não têm vida. Por este motivo, acho que já não pode ficar nesta forma e que esta glorificação de crimes de guerra através da música é lamentável”.
Apesar de a União Europeia de Radiodifusão (EBU) ter instituído algumas proibições ao longo do ESC 2024, como a exibição de símbolos pró-Palestina em algum grau, Miša Molk considera que a organização falhou: “Existiram várias proibições, só não existiram as mais necessárias. Aquelas que poderiam ser esperadas, por exemplo, Israel não participaria ou que o evento fosse cancelado este ano, portanto existiam várias possibilidades. A EBU tentou muito impedir quaisquer conflitos, mas…”.
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