IAN estreia-se este ano no Festival da Canção, seleção de Portugal para o Festival Eurovisão da Canção (ESC) 2021. Participa com o tema Mundo, do qual é autora e intérprete.
Nascida na Rússia, Ianina Khmelik adotou o nome artístico IAN e, depois de ter começado a formação musical no seu país natal, em 1999 mudou-se para Portugal onde se licenciou. Conta com várias colaborações na música pop e rock nacional e é igualmente atriz. Os primeiros EP foram lançados em 2018, sendo o álbum de estreia do ano passado.
Leia aqui a nossa entrevista exclusiva a IAN, onde abordamos a participação no Festival da Canção 2021, as raízes e significado da sua canção a concurso, bem como a influência do seu percurso de vida na sua carreira musical entre outros assuntos.
e-FestivalPT (e-FPT): Depois de um ano complicado para as artes como foi 2020, como acolheu o convite para o Festival da Canção?
IAN: “Acolhi com muita alegria, é um evento importantíssimo, por isso sim fiquei muito feliz por ter sido convidada a participar!”.
e-FPT: Teria participado em 2021, nesta fase da sua carreira, mesmo sem a pandemia?
IAN: “O fato de eu ser de origem russa, teve ainda maior impacto para mim. Vivo em Portugal já há mais de metade da minha vida e é Portugal que eu considero casa. Teria participado na mesma , claro, é uma honra para mim!”.
e-FPT: Antes de surgir este convite da RTP, já alguma vez tinha pensado em concorrer ao Festival da Canção?
IAN: “Já tinha pensado nisso, sim”.
e-FPT: A IAN nasceu e viveu na Rússia e está em Portugal há vários anos. Até que ponto este percurso em dois países a influencia musicalmente?
IAN: “Na Rússia iniciei os meus estudos musicais, obtive uma excelente base a nível clássico, erudito, mas foi Portugal que me trouxe MUNDO, foi depois de estar em Portugal que pude viajar livremente e conhecer melhor diferentes culturas. Em Portugal cheguei a tocar com muitas bandas de estilos completamente diferentes, isso permitiu-me uma enorme aprendizagem e de autodescoberta. Permitiu-me descobrir o que realmente gosto e o que sou enquanto artista”.
(A entrevista continua após o vídeo)
e-FPT: A sua canção, Mundo, tem uma abordagem pouco habitual nos últimos anos no Festival da Canção: uma letra bilingue. Como chegou a esta opção criativa?
IAN: “Recentemente lancei o meu álbum RAIVERA onde também uso essa opção criativa, tenho uma canção em inglês e português cantada com o Pedro Oliveira dos Sétima Legião. Falo fluentemente cinco línguas e por vezes uso as línguas como textura sonora. Na canção MUNDO achei que faria sentido, foi como a senti ao compor”.
e-FPT: Qual é a mensagem de Mundo?
IAN: “A mensagem é um apelo à tolerância, à bondade. Temos de ser tolerantes uns com os outros. Que mundo é que queremos deixar para as futuras gerações?”.
e-FPT: Depois de ser convidada como autora, a escolha de si mesma como intérprete foi «automática» ou ainda ponderou entregar a canção?
IAN : “Foi sim , espero chegar até as pessoas com cada nota e cada sílaba que escrevi”.
e-FPT: O que surgiu primeiro – o convite para o Festival da Canção ou Mundo?
IAN: “O convite, depois seguiram-se várias semanas de correr quilómetros. Quando corro tenho, por norma, muitas ideias, adoro a sensação. Também a vista me inspira imenso como por exemplo a marginal do rio Douro”.
e-FPT: Como é natural, os números da pandemia acrescem o risco de contágios. Pode-nos dizer se há algum plano de reserva preparado para o caso de algum artista ficar infetado e não poder estar na gala da respetiva semifinal?
IAN: “A RTP está a tomar todas as precauções possíveis e imaginárias, vai ser um Festival de Canção diferente de todos os outros anos”.
e-FPT: O pior dos cenários propostos para a Eurovisão 2021, se a pandemia obrigar, passa por atuações pré-gravadas nos respetivos países. Considera que isso tiraria algum mérito ao vencedor?
IAN: “Claro que seria menos excitante, mas não tiraria o mérito, de todo. Há que aceitar, é uma época diferente e a saúde de todos está acima de qualquer mérito”.
e-FPT: Por último, complete a frase. Representar Portugal na Eurovisão seria…
IAN: “Uma HONRA!”.
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