Festival Eurovisão da Canção ESC 2022

Gonçalo Madaíl esclarece telespectadores sobre queixas acerca da Eurovisão 2022

Gonçalo Madaíl esclarece telespectadores sobre queixas acerca da Eurovisão 2022 Créditos da imagem: Pedro Pina | RTP
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A votação do júri de Portugal na grande final do Festival Eurovisão da Canção (ESC) 2022 foi alvo de alguma contestação por parte do público, com a insatisfação a chegar mesmo ao programa de provedoria do telespectador da RTP e aos esclarecimentos do subdiretor da emissora pública, Gonçalo Madaíl.

Em A Voz do Cidadão, um telespectador queixou-se sobre os 12 pontos do júri português a uma canção que descreveu como “chiqui bomba de corpo ao léu” considerando a votação como uma “vergonha”. O responsável da RTP reagiu: “Penso que é mais do que um epifenómeno, diria que é quase uma espécie de pequeno ritual que faz parte do nosso imaginário coletivo – a nossa relação com Espanha e com o país irmão. Aconteceu este ano assim, para surpresa de muitos – admito que sim, até a título pessoal também fiquei eu próprio surpreendido. Fiquei mais surpreendido por Espanha não nos ter dado nenhum voto do que nós termos atribuído a pontuação máxima a Espanha. […]. Pelo que as estatísticas nos dizem não é nada que nós não tenhamos feito com Espanha. Dá-me ideia que isto é uma história de emoções e de químicas muito mais do que uma razão de seriedade ou de transparência nos critérios. […]. O facto de não termos controlo nenhum sobre essa situação reflete também  a transparência que o processo deve ter. Nós não respondemos por esses votos, naturalmente”

Gonçalo Madaíl disse ainda: “Este tipo de rivalidade, por vezes até de um discurso um bocadinho mais inflamado, é algo que não se verifica apenas na Eurovisão; verifica-se a vários níveis – no desporto isto acontece, numa certa corrente histórica e cultural também. […]. Mas, neste caso, é algo que obviamente nos escapa ao controlo direto e ainda bem que nos escapa ao controlo: isto é, cada país escolhe um grupo de jurados que votará pelo seu país na vertente do voto do júri. E, portanto, é um corpo de jurados que varia todos os anos, escolhemos abertamente respeitando estes critérios como todos os países, e eles são donos e senhores da sua própria razão e decisão. A votação individual é anónima para protegerem a privacidade e depois há uma média das votações individuais de cada jurado que dá uma média aritmética e um valor final que depois é comunicado por um representante”.

Sobre uma queixa acerca da falta de transmissão em direto da segunda semifinal e ser transmitida num horário mais tardio em diferido, Gonçalo Madaíl esclareceu a decisão: “A segunda semifinal foi transmitida em diferido por uma questão de estratégia de programação, na medida em que o programa na Europa dá às 20h00 e nós tínhamos o Telejornal – sendo que era a semifinal em que Portugal não participava […]. A questão do diferido não implica qualquer problema na votação na medida em que os portugueses em Portugal não podiam votar na segunda semifinal. […]. Ainda que tenhamos transmitido essa semifinal em direto na RTP Play, na medida em que a Eurovisão também tem um canal de YouTube oficial – que é para todo o mundo – e sabíamos que pelo menos para os aficionados, que não queriam perder nem uma hora de atraso em relação a essa semifinal podiam ver na RTP Play numa versão «clean», sem comentários, sem grafismos, precisamente para poderem estar atentos apenas e só ao conteúdo. Portanto, é uma questão de norma e não de nós possibilitarmos ou não”.

Sobre o autor

Bernardo Matias

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