O conjunto que representou a Islândia no Festival Eurovisão da Canção (ESC), Hatari, arriscou e levou cachecóis alusivos à Palestina para exibir durante a emissão do televoto público – um ato do qual a emissora RÚV não foi informada e a emissora anfitriã KAN tentou impedir.
Além dos apupos dos espectadores, os Hatari – que já estavam avisados pela União Europeia de Radiodifusão (EBU) de terem ido ao limite do aceitável em termos de afirmações políticas devido a declarações anteriores – podem estar sujeitos a outras consequências. A EBU explicou à BBC que a direção executiva do ESC vai discutir as consequências da ação em causa.
Num vídeo nas redes sociais é possível ver responsáveis da organização israelita a tentarem recolher os cachecóis em causa, mas como é evidente pelo que sucedeu não conseguiram fazê-lo com todos.
KAN CAME TO ICELAND TO GET THE FLAGS, BUT THEY COULDN’T STOP THEM. THANK YOU HATARI. 🇮🇸 #EUROVISION pic.twitter.com/moT31HRwEe
— 𝐏𝐚𝐩𝐩𝐚𝐠𝐚𝐥𝐥𝐢 (@pappagalIi) 18 de maio de 2019
Entretanto, o vocalista principal dos Hatari, Matthías Tryggvi Haraldsson, falou do caso à emissora RÚV, começando por comentar: “Achamos sempre importante usar a arte como ferramenta para fazer questões, colocar as coisas no contexto em que estão e deixar as pessoas a pensar sobre as grandes questões. Esta foi uma forma”.
O artista, que assegurou que a RÚV não foi informada do plano para exibir os cachecóis palestinianos, considera que não foi algo que viole as regras, tendo sido uma maneira de lançar debate sobre o que se passa em Israel e na Palestina:
– Não foi necessariamente plano quebrar as regras. Há alguém em fila lá. Ninguém sabe quem ela é. O paradoxo é dizer que esta competição é não política. Não havia mais nada sobre isto. Não é possível realizar um concurso assim que tem a ver com união e paz entre os Homens, que é bonito em si, mas tendo em conta o que está a acontecer neste país, não pode ser esquecido. Como dizemos, quero a minha arte num contexto mais abrangente. Espero que o tenhamos feito”.
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