Depois de três passagens sucessivas à Grande Final, Portugal não mais consegue o apuramento até 2017. O Festival da Canção (FC) continua a ser o método de seleção desde o seu regresso em 2006 passando por sucessivas alterações até 2015. Por seu turno o Festival Eurovisão da Canção (ESC) passa a contar com mais um Big (Itália) e o grupo passa a ‘Big Five’ que juntamente com o anfitrião tem acesso direto à Grande Final, continuando as duas semifinais para apuramento dos outros 20 finalistas. Junta-se também um país fora do continente europeu, a Austrália. O sistema de votação vai sofrendo profundas alterações, porém passa a contar desde o início da década de 2010 sempre com voto do público e também de júri.
O investimento sentido no FC 2010 cai em 2011 e o péssimo resultado nesse ano no ESC, faz com o FC caia novamente no desinteresse. O país fica de fora por sua iniciativa em 2013 e em 2016 e não organiza FC, curiosamente quando o ESC foi organizado pelos suecos. Em 2014 o FC teve uma semifinal prévia e a vencedora Suzy levou Quero Ser Tua ao ESC falhando o apuramento por apenas um ponto. Esse ano de 2014, em que houve uma queda considerável de participantes, permitiu a que países improváveis até então conseguissem o apuramento.
Com «cara lavada» e totalmente revigorado o FC surge em 2015 com os pilares que ainda hoje estão assentes no seu formato. Passou a ter duas semifinais, voto misto com júri e público e com um sistema de pontuação aproximado do ESC. A RTP escolhe compositores para participarem, sendo abertas algumas vagas para submissões do público em geral. Porém, logo no ano seguinte em 2016 como referido, Portugal fica de fora com a RTP alegando que precisaria de um ano de pausa numa espécie de «agora é que será, no próximo ano vamos lá conseguir o melhor resultado».
Bem, e nessa segunda paragem resultou mesmo e com a vitória. Em 2017 Salvador Sobral com Amar Pelos Dois não vence o voto do público em Portugal no FC, mas no conjunto da votação do FC sagra-se vencedor e lá fora nunca se tinha ouvido tantos «douze points» para Portugal. O país vence e triunfa de tal forma que é recordista nos pontos alcançados. Com a vitória deixou o estatuto do país com mais participações no certame sem nunca o ter vencido, tinha já 48 participações quando venceu. E com essa vitória houve todo um despertar do público e mais especial do universo musical português a uma atenção que estava completamente a leste do FC e do ESC.
No ano seguinte de 2018 o FC passou finalmente a realizar-se fora da capital, com a final nesse ano em Guimarães. Sendo anfitrião em 2018 o país tinha lugar direto na final, porém a vencedora que saiu desse FC deixou o país no último lugar da final. Uma oportunidade desperdiçada. A RTP esqueceu-se da sua própria representação, porém não ficou com zero pontos, algo que tem vindo a acontecer com anfitriões.
E, claro, em 2018 o ESC organizou-se em Portugal na capital Lisboa com o slogan All Aboard. Foi um ESC amplamente elogiado e aplaudido pela crítica e o reconhecimento pela própria União de Radiodifusão Europeia (EBU) responsável pela Eurovisão como sendo a melhor organização de sempre. De salientar que nesta edição foram excluídos os LED’s de fundo de palco que vinham a ser hegemónicos em edições anteriores. Foi também um dos ESC mais concorridos de sempre com total de 43 participantes igualando o ESC 2008, curiosamente dez anos depois.
Com esta quarta parte não encerramos ainda a história do FC e das participações de Portugal no ESC. Numa quinta e última parte encontrará variadas curiosidades sobre o percurso histórico do país no ESC.
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