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Luto nacional na segunda-feira pelo óbito de Carlos do Carmo; as reações do PR e primeiro-ministro

Luto nacional na segunda-feira pelo óbito de Carlos do Carmo; as reações do PR e primeiro-ministro Créditos da imagem: RTP
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Sucedem-se as reações ao falecimento de Carlos do Carmo, que perdeu a vida esta sexta-feira (1 de janeiro) com 81 anos de idade vítima de um aneurisma.

O primeiro-ministro, António Costa, disse numa nota à imprensa citada pela Lusa que segunda-feira, dia 4 de janeiro, é Dia de Luto Nacional pelo óbito do fadista. Um dia depois, a cerimónia de abertura da presidência portuguesa da União Europeia terá uma homenagem a Carlos do Carmo, estando ainda proposta a atribuição da Ordem da Liberdade.

António Costa partilhou algumas palavras sobre o cantor: “Carlos do Carmo não era só um notável fadista, que o público, a crítica e um Grammy consagraram. Para além de extraordinário artista, um dos seus maiores contributos para a cultura portuguesa foi a forma como militantemente renovou o fado e o preparou para o futuro. Fazendo eco das palavras que cantou no Fado da Saudade: ‘Mas com um nó de saudade, na garganta/ Escuto um fado que se entoa, à despedida’ de um grande amigo”.

Mais alongada foi a nota do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que começa por destacar: “Carlos do Carmo foi uma das grandes figuras do fado e da dignidade do fado. Dignidade do texto, da qualidade do texto, da dicção, do dizer. Dignidade de uma vocação exigente, sem cedências e vedetismos. Dignidade de uma atenção humana, de uma compaixão, uma empatia de «homem na cidade» ao lado dos outros homens e mulheres”.

Recordando que depois de uma vida profissional fora do fado Carlos do Carmo voltou às origens familiares antes de assumir em definitivo a carreira de fadista em 1964, o chefe de Estado mencionou depois: “O seu conhecimento direto do fado popular, ligado à sofisticação de um melómano que acompanhava a música do mundo, bem como o seu estilo límpido, levaram a que obtivesse reconhecimento público e crítico logo no primeiro disco que gravou, nas décadas de 1960 e 1970. No Festival da Canção de 1976 foi o único intérprete de todas as canções concorrentes, e no ano seguinte editou aquele que é o mais conhecido dos seus discos com Ary dos Santos, Um Homem na Cidade. Com Ary, manteve colaboração fiel e produtiva, que deu origem a fados que nos parecem hoje imemoriais, como Lisboa, Menina e Moça”.

Rebelo de Sousa sublinhou depois o contributo de Carlos do Carmo para a divulgação do fado além-fronteiras: “Tendo atuado com grande sucesso em palcos de todo o mundo, Carlos do Carmo contribuiu muito para a divulgação internacional do fado, nomeadamente com a participação no filme ‘Fado’ (pelo qual ganhou um prémio Goya), com a campanha pelo reconhecimento do fado como Património Imaterial da Humanidade, e com o Grammy Latino de Carreira que lhe foi concedido em 2014”.

O Presidente da República expressa “os sentimentos de pesar, saudade e gratidão” à família de Carlos do Carmo e particularmente à esposa Maria Judite, depois de observar ainda: “Homem do rigor e da generosidade, dedicou-se nos últimos anos a gravar discos e a cantar ao vivo com outros músicos, do jazz e de fora do jazz. A sua relação com o público, de afeto e respeito mútuos, foi notória até ao fim, no concerto do Coliseu dos Recreios em 2019, onde pude uma última vez aplaudi-lo e congratulá-lo, depois de já o ter feito oficialmente, em 2016, com a atribuição do grau de Grande-Oficial da Ordem do Mérito”.

Sobre o autor

Bernardo Matias

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