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Opinião: Quem passará o teste da segunda semifinal da Eurovisão 2022?

Opinião: Quem passará o teste da segunda semifinal da Eurovisão 2022? Créditos da imagem: EBU / Andres Putting
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O nosso cronista Ricardo Dias analisa as 18 canções a concurso na segunda semifinal do Festival Eurovisão da Canção (ESC) 2022 e dá-lhe a conhecer quem poderão ser os finalistas.

 

Depois da primeira semifinal, 15 das 25 vagas na grande final do ESC 2022 estão definidas. Esta quinta-feira, na segunda semifinal mais 18 países sobem ao palco em Turim. Serão três importantes minutos por atuação, em que estão em disputa os últimos dez lugares na gala decisiva. Antes da semifinal, pergunta-se quem poderão ser esses dez apurados.

São quase inevitáveis as comparações de qualidade entre as semifinais – ora rotulando uma de mais fraca, ora outra de mais forte. Em 2022 diria que a segunda semifinal é a mais forte por apresentar uma qualidade e diversidade maior de propostas, tem mais «pesos pesados» (países que raramente falham a qualificação) e uma maior indefinição dos dez finalistas, podendo haver surpresas.

Assim, e avançando pela ordem de atuação, farei a análise crítica tendo em consideração vários critérios.

1 – Finlândia
Parece que os finlandeses queriam repetir a proeza do ano anterior trazendo mais rock pesado bem-sucedido. Porém, o nível desta banda este ano está muito abaixo, nem é um hard rock e a interpretação é de longe memorável. A passagem no teste não é segura.

2 – Israel
Esta proposta israelita é já um cliché, traz irreverência, mas parece faltar aquele carisma cativante do intérprete em palco. Terá como principal rival a Roménia, mas acho que consegue passar à final.

3 – Sérvia
Aqui está das poucas propostas diferentes este ano e também étnica. O título In Corpore Sano vem em Latim, e no final repete-se várias vezes. Mas a canção em si tem o cunho do idioma Sérvio e de uma mensagem importante de crítica social e até política ao sistema de saúde daquele país. Não deixa de ser curioso puxarem do Latim, muito próximo do Italiano, sendo Itália a anfitriã. Com uma apresentação em palco que não passará despercebida, temos, à partida, o primeiro a passar no teste de forma segura.

4 – Azerbaijão
Foi a última canção a ser revelada este ano a concurso. Quando assisti ao videoclip fiquei logo: «Wow!». Mas como irão traduzir isso para o palco eurovisivo? E o intérprete azeri manterá aquele registo vocal ao vivo? Do que se assistiu em pre-parties e do ensaio pareceu-me ter potencial; porém não muito além de uma passagem à final – um pouco análogo à entrada do próprio Azerbaijão em 2015. Com expectativa para assistir ao vivo dado ser das minhas favoritas.

5 – Geórgia
O grupo Circus Mircus esqueceu-se que não está num palco circense e mesmo assim… poderia ser que trouxessem algo diferente ou com mais potencial, mas não… não é lá muito forte. A atuação mais monótona desta semifinal. Antevejo que acabará em último lugar da semifinal e não me surpreenderia se for com «nul points».

6 – Malta
Algo que domina nesta semifinal, as propostas clichés. Do que se viu dos ensaios, ainda mais cliché. Os malteses colocaram a sua proposta e parece que será uma atuação mais para um Festival Eurovisão da Canção Júnior. Poderia ir mais longe e assim parece que terá uma qualificação incerta.

7 – São Marino
É comum algum país trazer uma versão replicante do tema vencedor do ano transato. Este ano temos São Marino. E também é comum essas propostas em grande parte passarem e depois afundarem na final. Aposta forte no staging, trazendo um touro mecânico para o intérprete andar em cima. O resultado final desta replicação é outro país com passagem dúbia.

8 – Austrália
Depois do desaire do ano passado, a Austrália volta a apostar em algo que assegura um apuramento, porém nada de novo nesta proposta. Algo parecido já se viu em anos anteriores. Não me parece pela final nacional e ensaios que tenha grande impacto, e o intérprete não parece ter o vocal que a composição exige. Ainda assim passará no teste.

9 – Chipre
Os cipriotas trazem nesta proposta um pouco de «solero», o que tem vindo há alguns anos a desaparecer do palco eurovisivo. Pelo ensaio, trazem também uma estrutura própria para a sua atuação. O país continua a apostar em entradas que pelo menos lhe confiram a final e a passagem está quase garantida.

10 – Irlanda
Os irlandeses não aprendem e continuam, com raras exceções, a trazer entradas muito abaixo daquilo que os pode levar a uma final. Depois dos piores resultados recentemente, volta com uma proposta que deverá deixar o país próximo dos últimos lugares. Não por ser uma canção ou porventura uma interpretação de falta de qualidade; é simplesmente não apelativa à maioria do público-alvo da Eurovisão. Porém, acredito: se fosse apresentado por um «peso pesado» facilmente passaria à final.

11 – Macedónia do Norte
Voltarem a apostar tudo na intérprete sozinha em palco, mas não aprenderam no ano passado? Quando a aposta é uma performance centrada apenas no cantor, é preciso que este encha um palco, e por mais que ande aos círculos – não fosse a canção chamar-se Circles – esta proposta não irá chegar lá. Ficará retida na semifinal.

12 – Estónia
Com um tema a lembrar o faroeste americano, o estónio Stefan tem uma presença e vocal potencial, cativante e carismático. E é isso que faz com esta proposta consiga singrar, além de uma composição e letra que depois se traduz numa boa experiência auditiva. Portanto, passagem segura.

13 – Roménia
Já o oposto passa-se com o romeno WRS, cujo vocal fica aquém do que a proposta pede. Tem como principal rival o israelita em propostas que considero globalmente do mesmo estilo. Não me parece que a Roménia inverta as não qualificações. Foi, em tempos, finalista habitual; caiu e parece que este ano continuará a não passar no teste da semifinal.

14 – Polónia
Um dos potenciais candidatos a vencer a edição deste ano! Desde cedo das minhas favoritas. Isto tinha tudo para vencer, bastaria um melhoramento face à prestação e staging da final nacional. Tem um intérprete de alto gabarito. Porém, pelos ensaios, parece que podem ter exagerado… Cor escura, saindo o contraste azul/rosa… e sem banda presente, pondo efeitos visuais desnecessários. Pode ser o «flop» desta edição quando tinha tudo para triunfar.

15 – Montenegro
Gosto da canção, mas falta lhe algo… a proposta torna-se uma balada boa, mas algo falta… E é esse algo que no fim não a deixa memorável e passando ao lado disso não terá voto suficiente. Também se trata de Montenegro com o seu historial de voto não favorável. Assim, não passa uma vez mais no teste de uma semifinal.

16 – Bélgica
Um pop, até ali próximo do hip hop, e uma performance mais urbana… yeah! Cool! Porém… acho que ninguém vai sentir a falta desta proposta belga e ficará pela semifinal. Pena que o tema se chame Miss You (risos).

17 – Suécia
Eis o grande «peso pesado», mas poucos sabem que caiu uma vez em 2010. E este ano, não fosse esta entrada vinda dos suecos, e não sei não se conseguiriam um lugar na final. A intérprete tem um timbre peculiar que salva uma proposta muito morna. Por mim, ficaria retida, mas já se sabe – a Suécia é como se pertencesse ao grupo dos Big. Ah, e não me espantaria que ganhasse novamente num ano musical globalmente mais fraco.

18 – República Checa
É uma proposta simpática esta dos checos, mas não chega para conseguirem um lugar na final. Tal como Montenegro é bom, mas falta-lhe algo. O país teve recentemente em 2018 e 2019 algo impensável em termos de votação, mas parece voltar ao seu estado típico, e por isso a menos que o último lugar na ordem de atuação ajude muito, poderá ficar na semifinal.

 

Assim, serão finalistas num primeiro grupo, à partida com passagem garantida pelo teste:

  • Sérvia, Azerbaijão, Austrália, Estónia, Polónia e Suécia.

Este segundo grupo de países é provável que também passem no teste:

  • Israel, São Marino e Chipre.

E um terceiro grupo que diria terem mais dificuldade, e competindo com os do segundo grupo:

  • Finlândia, Malta e Roménia.

Não obstante, podem existir surpresas entre os restantes, pois esta semifinal é mais imprevisível. Ou até nela existir o grande «flop» desta edição dando vaga a um finalista surpresa para a grande final do ESC! E para si: quem serão os dez finalistas desta segunda semifinal?

Sobre o autor

Ricardo Dias

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