Festival Eurovisão da Canção ESC 2020

Os requisitos chave que Roterdão teve de assegurar para acolher o ESC 2020

Os requisitos chave que Roterdão teve de assegurar para acolher o ESC 2020 Ahoy Rotterdam
Créditos da imagem: Emvee/Wikimedia Commons
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As cidades que se candidataram a acolher o Festival Eurovisão da Canção (ESC) 2020 tiveram de responder a um total de 171 questões como parte do processo de seleção, por forma a esclarecerem a União Europeia de Radiodifusão (EBU) e a emissora nacional da Holanda NPO.

Ainda que o questionário completo permaneça um segredo, conhecem-se, através do jornal AD, algumas das principais, que no fundo demonstram o que a EBU e a NPO pretenderam da cidade anfitriã do certame. Começa logo pela necessidade de o local – neste caso o Rotterdam Ahoy – ter obrigatoriamente disponibilidade durante oito semanas (cerca de dois meses).

Esta é uma exigência habitual, até porque além de todos os ensaios dos próprios participantes, há um longo período de preparação com a montagem do equipamento e do palco, bem como os ensaios stand-in. Assim é previsto o tempo requerido no documento: “Cerca de três semanas de carregamento e construção, cerca de três semanas de ensaios, uma semana de ensaios gerais e espectáculos em direto e cerca de uma semana de descarregamento”. Quanto aos camarins, cuja área estipulada ronda os 20 metros quadrados, terão de ser não só para os participantes como também para os apresentadores, artistas dos ‘inverval acts’, entre outros, sendo necessário contar com uma média de 35 pessoas por delegação. Os camarins têm de estar prontos duas semanas antes da final.

Depois, há a questão da capacidade hoteleira. A exigência é que existam 3.000 quartos de hotel numa área a 30 minutos do Rotterdam Ahoy, o que segundo as emissoras NPO, NOS e AVROTROS não inclui os fãs. Estes hotéis têm de ter, pelo menos, três estrelas, o que segundo um porta-voz de Roterdão faz com que existam cerca de 8.000 quartos com essas características.

Como evento internacional mediático que é, a segurança é fulcral, sendo requerida uma “área fechada em que possa ser sempre garantido que não há objetos ou pessoas que possam comprometer a segurança”. É sugerida a realização de verificações quer por meios humanos, quer por cães especializados, bem como o recurso a detetores de metais, câmaras de segurança e, como não podia deixar de ser, pessoal de segurança em número suficiente.

Em termo de espaço, é necessário acomodar 10.000 membros das delegações acreditados, bem como cerca de 1.100 artistas, o seu staff de apoio, imprensa (cerca de 1.550 membros), já para não falar do pessoal de segurança e da polícia em número que ronda as 1.400 pessoas. Entre VIPs e fornecedores são previstas mais 2.500 pessoas, ao passo que os fãs acreditados serão 400. Estes estarão perto do centro de imprensa, têm áreas de trabalho e uma área de lounge. E há que garantir transporte: 10.000 pessoas convidadas têm de ter passe gratuito de transportes públicos.

Por fim, há a questão dos preços dos bilhetes para o ESC. Já se sabe que o presidente da Câmara Municipal de Roterdão pretende que sejam custos acessíveis, sendo estes determinados pela emissora anfitriã em consulta com a EBU, sem esquecer o parecer do município em que o certame se realiza e a organização. O dinheiro da venda dos ingressos irá diretamente para as emissoras anfitriãs, que depois pagarão o aluguer do espaço (o Rotterdam Ahoy).

Sobre o autor

Bernardo Matias

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