Chegou ao Parlamento Europeu uma campanha para excluir a BTRC – emissora estatal da Bielorrússia – da União Europeia de Radiodifusão (EBU).
Na sequência da situação política naquele país de leste, já teve início um movimento dentro das próprias fronteiras bielorrussas para que tal acontecesse, excluindo também o país do Festival Eurovisão da Canção (ESC).
Agora, a Aliança de Liberais e Democratas pela Europa (ALDE) levou ao Parlamento Europeu a iniciativa para tirar a BTRC da EBU. Como tal, está a recolher assinaturas na entidade comunitária.
Importa salientar que a União Europeia já impôs sanções a uma lista de pessoas que se acredita serem culpadas de abusos dos direitos humanos na Bielorrússia – incluindo o diretor da BTRC.
Porém, a UE não tem qualquer influência na EBU, a quem compete exclusivamente a decisão de expulsar qualquer uma das suas emissoras filiadas.
No fim de janeiro, a EBU enviou um email ao movimento bielorrusso que exige a exclusão da BTRC da entidade. Na nota assinada pelo diretor-geral Noel Curron pode ler-se:
– Como associação profissional de media de serviço público na Europa, a EBU está fortemente comprometida à liberdade de expressão e a defender os valores de media de serviço público que incluem independência e responsabilidade. Continuamos a monitorizar atentamente a situação da imprensa na Bielorrússia e condenámos vigorosamente os ataques locais contra jornalistas locais e estrangeiros a cobrirem protestos civis contra as eleições presidenciais. A EBU também apelou formalmente à BTRC, como membro da EBU, para defender os valores jornalísticos profissionais e garantir que os cidadãos têm acesso a informação que lhes permita ouvir uma pluralidade de opiniões e formarem os seus próprios juízos independentes”.
Quanto ao facto de a BTRC ter excluído os VAL do ESC 2021 por motivos aparentemente políticos, Noel Curran escreveu: “Estamos a par da decisão da BTRC de não inscrever os VAL para o Festival Eurovisão da Canção 2021. Vários participantes selecionados para 2020 pelas emissoras participantes não regressam em 2021 e esta decisão é da exclusiva responsabilidade de cada emissora participante. Gostaria também de salientar que o Festival Eurovisão da Canção é uma competição musical sem agenda política. Resistimos consistente e vigorosamente a tentativas de este evento cultural ser instrumentalizado para fins políticos”
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