Estão encontrados os dez apurados da primeira semifinal do Festival Eurovisão da Canção (ESC) 2021. A gala realizou-se esta terça-feira no Rotterdam Ahoy, com bancadas plenas de espectadores a dar uma certa sensação de normalidade já que se trata de um evento parte dos testes-piloto.
Os intérpretes de 16 países fizeram desfilar as suas canções, a lutarem por um lugar entre os dez primeiros. Como é hábito há vários anos, os resultados foram decididos por uma combinação de votações em partes iguais dos júris profissionais de cada país e do público via televoto. Além dos 16 países concorrentes, votaram três dos finalistas diretos: o anfitrião Países Baixos e os Big 5 Alemanha e Itália.
Apurados e resumo do espetáculo
- Apurados (por ordem de anúncio)
- Noruega: TIX – Fallen Angel
- Israel: Eden Alene – Set Me Free
- Rússia: Manizha – Russian Woman
- Azerbaijão: Efendi – Mata Hari
- Malta: Destiny Chukunyere – Je Me Casse
- Lituânia: The Roop – Discoteque
- Chipre: Elena Tsagrinou – El Diablo
- Suécia: Tusse – Voices
- Bélgica: Hooverphonic – The Wrong Place
- Ucrânia: Go_A – Shum
O resumo do espetáculo
(Nota: Pode visionar as atuações a concurso num artigo à parte nesta ligação)
Com a arena repleta de público, o ESC 2021 arrancou com uma viagem pré-gravada por vários locais dos Países Baixos, antes de uma atuação ao vivo do vencedor de 2019, Duncan Laurence. Interpretou um dos mais recentes temas, Feel Something que produziu em conjunto com o DJ Armin van Buuren.
Seguiu-se um número de abertura que conjugou música, dança, luz e pirotecnia, antes das habituais introduções pelos apresentadores: Chantal Janzen, Edsilia Rombley, Jan Smit e Nikkie de Jager.
- Lituânia: The Roop – Discoteque
O desfile de canções começou com a Lituânia e os The Roop, interpretando Discoteque. Uma proposta forte e animada, com os peculiares movimentos de dança da banda e um palco que faz lembrar em tudo o seu videoclip. Uma atuação bem conseguida para o início fortemente aplaudida pelos fãs no local.
- Eslovénia: Ana Soklič – Amen
Seguiu-se a Eslovénia. Uma das baladas deste ano, Amen e a atuação de Ana Soklič não deixaram indiferente as emoções dos espectadores em casa e no local.
- Rússia: Manizha – Russian Woman
A Rússia foi a terceira a atuar, com Manizha e o tema Russian Woman. Uma canção pop ritmada, com sons e elementos tradicionais russos, e dançarinos a acompanharem a vocalista. A letra enaltece as mulheres russas e a transformação da importância e relevância do sexo feminino na Rússia ao longo dos séculos.
- Suécia: Tusse – Voices
A proposta da Suécia foi a quarta apresentada: Voices, de Tusse. Um tema pop com um toque soul, com um staging luminoso e apelativo, em que o jovem cantor pareceu evoluir face aos ensaios.
- Austrália: Montaigne – Technicolour
Com a gravação de reserva live-on-tape, a Austrália não esteve presente em Roterdão, mas Montaigne defendeu a sua canção, Technicolour. Sem o aparato técnico disponível no local, houve uma grande aposta num arco-íris de luz e nos efeitos da imagem, permitindo até disfarçar o facto de ser uma atuação fora do palco do Rotterdam Ahoy. Acompanhando Montaigne estiveram três dançarinas.
- Macedónia do Norte: Vasil – Here I Stand
Sem qualquer pausa, subiu ao palco a Macedónia do Norte, com Vasil a apresentar a balada épica Here I Stand. Um dos temas emotivos desta gala, que conta com um coro pré-gravado e um staging que joga com os reflexos das luzes nos espelhos.
Houve depois uma pequena pausa para passar pela green room e pelas redes sociais, antes de as atuações prosseguirem com a Irlanda.
- Irlanda: Lesley Roy – Maps
As cores irlandesas são este ano defendidas por Lesley Roy com a canção Maps. Este é um dos stagings complexos da edição, com diversos elementos com os quais a intérprete interage, antes de ficar sozinha numa outra parte do palco posteriormente.
- Chipre: Elena Tsagrinou – El Diablo
O Chipre voltou a apostar num tema pop ritmado com toques eletrónicos, que apela à dança: El Diablo, de Elena Tsagrinou, que é acompanhada de quatro dançarinas. Uma atuação seguramente marcante para o público.
- Noruega: TIX – Fallen Angel
A Noruega foi a nona a atuar, com TIX e o seu tema Fallen Angel. Tal como na final do Melodi Grand Prix, a base do staging é a mesma: o intérprete no centro vestido de anjo, começando acorrentado a quatro dançarinos (demónios) dos quais se solta com o evoluir da canção.
- Croácia: Albina –Tick-Tock
Os dez primeiros a desfilarem foram fechados pela Croácia. Um pop eletrónico, Tick-Tock tem interpretação de Albina, num palco colorido em tons de lilás e azul coerente com o que se viu na seleção nacional, o Dora. Depois de começar a solo, Albina recebeu a companhia de quatro dançarinos, numa atuação dinâmica e animada.
- Bélgica: Hooverphonic – The Wrong Place
Este ano, a Bélgica apostou de novo na veterania dos Hooverphonic, que apresentaram o tema pop The Wrong Place. Um palco em que a vocalista Geike está em posição central, rodeada dos quatro instrumentistas, sendo um ‘staging’ atmosférico e sóbrio marcado pelos tons escuros.
- Israel: Eden Alene – Set Me Free
Mais um tema pop eletrónico dançável no palco do ESC 2021 com Israel e Eden Alene a proporem Set Me Free. Destaque para dois elementos: a letra maioritariamente em Inglês conteve versos em Hebreu e o B6 que é cantado já perto do fim que é a nota mais alta da história do certame.
Antes das últimas quatro canções do desfile, destaque para Måns Zelmerlow, vencedor do ESC 2015, que no sábado fará parte de um dos números da grande final, e para o seu resultado com o tema Heroes.
- Roménia: Roxen – Amnesia
O desfile de canções recomeçou com a Roménia e Amnesia, de Roxen. Notou-se algum nervosismo da cantora nesta interpretação de um tema marcante em que vários dançarinos a acompanham como parte da coreografia.
- Azerbaijão: Efendi – Mata Hari
Uma das propostas distintas desta semifinal é a do Azerbaijão: Mata Hari, de Efendi, com uma interpretação sólida, sonoridade pop com elementos árabes e a antora acompanhada de quatro dançarinas.
- Ucrânia: Go_A – Shum
A Ucrânia subiu ao palco com os Go_A a interpretarem Shum. É uma canção que evoca um ritual folclórico ucraniano e que junta a eletrónica a uma sonoridade folclórica numa mescla de passado, presente e futuro. A encenação teve a intérprete em posição central de uma plataforma com árvores secas brancas. Há dois dançarinos a acompanharem a banda.
- Malta: Destiny Chukunyere – Je Me Casse
Terminou o desfile de canções com Malta e Destiny Chukunyere, apresentando Je Me Casse. É um tema dance pop com uma mensagem de enaltecimento feminino e capacitação das mulheres. A acompanhar a intérprete estiveram quatro dançarinas e a atuação deixou a arena ao rubro nas bancadas.
Uma vez acabadas as atuações, abriram-se as linhas de votações para o televoto e foi apresentada uma primeira recapitulação das canções. Seguiu-se um dos grandes momentos da noite: o interval act ‘The Power of Water’, com interpretação de Davina Michelle e Thekla Reuten e o uso de realidade aumentada que destaca a estória dos Países Baixos com a água pela qual é dominada e perante a qual é resiliente com os seus diques.
Depois de uma última recapitulação das canções, fecharam as linhas telefónicas do televoto. Antes dos resultados, foi feita uma viagem pela história do Festival Eurovisão da Canção (ESC): com Johnny Logan em destaque, foram ouvidos os testemunhos de vencedores do passado: por esta ordem Katrina, de Katerine & The Waves (1997), Anne-Marie David (1973), Eimear Quinn (1996), Lenny Kuhr (1969), Marie Myriam (1977) e por último Johnny Logan, três vezes vencedor.
Houve ainda um ‘tutorial’ de Nikki de Jager sobre como não ganhar no ESC. Depois, Edsilia Rombley destacou os números impressionantes de Arcade, canção com que Duncan Laurence ganhou o ESC 2019, ouvindo-se também algumas palavras do intérprete sobre o tema. Foi ainda entregue um disco de platina a Duncan Laurence pelo milhão de streamings digitais de Arcade. Ainda antes do anúncio dos apurados, teve lugar a apresentação de três dos finalistas diretos: os Måneskin e Zitti e Buoni de Itália; Jendrik e I Don’t Feel Hate, da Alemanha; e Jeangu Macrooy e Birth of a New Age, dos Países Baixos.
Foram então apresentados os resultados, com os apurados anunciados por ordem aleatória após a tradicional passagem pelo supervisor-executivo, Martin Österdahl. Não existiram surpresas de maior, mas há que salientar o facto de a Austrália falhar pela primeira vez a presença na gala da final.
Apurados (por ordem de anúncio)
- Noruega: TIX – Fallen Angel
- Israel: Eden Alene – Set Me Free
- Rússia: Manizha – Russian Woman
- Azerbaijão: Efendi – Mata Hari
- Malta: Destiny Chukunyere – Je Me Casse
- Lituânia: The Roop – Discoteque
- Chipre: Elena Tsagrinou – El Diablo
- Suécia: Tusse – Voices
- Bélgica: Hooverphonic – The Wrong Place
- Ucrânia: Go_A – Shum
Não apurados (por ordem de atuação)
- Eslovénia: Ana Soklič – Amen
- Austrália: Montaigne – Technicolour
- Macedónia do Norte: Vasil – Here I Stand
- Irlanda: Lesley Roy – Maps
- Croácia: Albina –Tick-Tock
- Roménia: Roxen – Amnesia
Composição da final até ao momento
- Alemanha: Jendrik Sigwart – I Don’t Feel Hate
- Azerbaijão: Efendi – Mata Hari
- Bélgica: Hooverphonic – The Wrong Place
- Chipre: Elena Tsagrinou – El Diablo
- Espanha: Blas Cantó – Voy a quedarme
- França: Barbara Pravi – Voilà
- Israel: Eden Alene – Set Me Free
- Itália: Måneskin – Zitti e buoni
- Lituânia: The Roop – Discoteque
- Malta: Destiny Chukunyere – Je Me Casse
- Noruega: TIX – Fallen Angel
- Países Baixos: Jeangu Macrooy – Birth of a New Age
- Reino Unido: James Newman – Embers
- Rússia: Manizha – Russian Woman
- Suécia: Tusse – Voices
- Ucrânia: Go_A – Shum
Deixe um comentário